Depressão

O que é depressão?

Conheça os sintomas, diagnósticos, tratamentos e dicas de prevenção contra um dos transtornos mentais mais comuns do mundo

O Que é Depressão?

O que é depressão?

A depressão é classificada como um transtorno de humor. Ela pode ser descrita como sentimentos de tristeza, perda ou raiva que interferem com as atividades diárias da pessoa.

Cada pessoa experimenta a depressão de um jeito diferente. A doença pode interferir no seu trabalho, resultando em tempo perdido e em uma produtividade menor, por exemplo. Pode também influenciar nos relacionamentos e em algumas condições de saúde crônicas.

Algumas dessas condições incluem:

  • Artrite;
  • Asma;
  • Doença cardiovascular;
  • Câncer;
  • Diabetes;
  • Obesidade.

É importante entender que se sentir para baixo em alguns momentos é uma parte normal da vida. Mas se você está se sentindo triste ou sem esperança com muita frequência, você pode estar lidando com depressão.

A depressão é uma condição médica séria que pode ficar pior se não for tratada. Aqueles que procuram tratamento geralmente percebem resultados dentro de poucas semanas.

Sintomas da depressão

A depressão pode ser mais do que sentir uma constante tristeza ou melancolia.

Esse transtorno pode provocar uma variedade de sintomas. Alguns afetam seu humor e outros afetam seu corpo. Os sintomas também podem ser constantes ou intermitentes.

Os sintomas da depressão também podem ser sentidos de maneira diferente por homens, mulheres e crianças.

Os homens podem sentir sintomas relacionados ao:

  • Humor, como raiva, agressividade, irritabilidade, ansiedade e inquietação;
  • Bem-estar emocional como sentir-se vazio, triste ou sem esperança;
  • Comportamento, como perda de interesse, não mais encontrar prazer nas atividades preferidas, sentir cansaço com facilidade, pensamentos suicidas, beber em excesso, usar drogas e se envolver em atividades de alto risco;
  • Interesse sexual, como perda da libido e queda na performance sexual;
  • Habilidades cognitivas, como incapacidade de se concentrar, dificuldade em concluir tarefas, respostas atrasadas durante conversas;
  • Rotina de sono, como insônia, sono que não revigora, dormir em excesso, não dormir a noite toda;
  • Bem-estar físico, como fadiga, problemas digestivos, dores no corpo ou dores de cabeça.

As mulheres podem sentir sintomas relacionados ao:

  • Humor, como irritabilidade;
  • Bem-estar emocional como sentir-se vazia ou triste e sem esperança;
  • Comportamento, como perda de interesse nas atividades costumeiras, se privar de interações sociais ou pensamentos suicidas;
  • Habilidades cognitivas, como pensar ou falar mais lentamente;
  • Rotina de sono, como dificuldade para dormir à noite, acordar muito cedo ou dormir demais;
  • Bem-estar físico, como energia reduzida, fadiga maior, mudanças no apetite, mudanças no peso, dores no corpo, dores de cabeça e cólicas mais intensas;

Crianças podem sentir sintomas relacionadas ao:

  • Humor, como irritabilidade, raiva e choro;
  • Bem-estar emocional, como sentimentos de incompetência (“não consigo fazer nada direito”), desespero, choro ou tristeza intensa;
  • Comportamento, como se encrencar na escola ou se recusar a ir para as aulas, evitar amigos ou irmãos, pensamentos de morte ou suicídio;
  • Habilidades cognitivas, como dificuldade em se concentrar, queda na performance escolar, variação anormal nas notas;
  • Rotina de sono, como dificuldade para dormir ou dormir demais;
  • Bem-estar físico, como perda de energia, problemas digestivos, mudanças no apetite, ganho ou perda de peso.

Causas da depressão

Existem várias causas possíveis para a depressão. Elas podem variar de biológicas a circunstanciais.

Algumas causas comuns incluem:

  • Histórico familiar. Você tem um risco maior de desenvolver depressão se sua família há histórico dessa doença ou de outros transtornos de humor;
  • Trauma no início da infância. Alguns eventos afetam a forma como seu corpo reage ao medo e a situações estressantes;
  • Estrutura cerebral. Há um risco maior de depressão se o lobo frontal do seu cérebro é menos ativo. Entretanto, os cientistas ainda não descobriram se isso acontece antes ou depois do surgimento dos sintomas depressivos;
  • Condições médicas. Certas condições podem colocá-lo sob um risco maior, como doenças crônicas, insônia, dor crônica ou o Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH);
  • Uso de drogas. Um histórico de abuso de drogas ou álcool pode influenciar no risco.

Além dessas causas, outros fatores de risco incluem:

  • Baixa autoestima ou criticar a si mesmo(a) muito severamente;
  • Histórico pessoal de doença mental;
  • Certas medicações;
  • Eventos estressantes como a perda de uma pessoa amada, problemas financeiros ou divórcio.

Teste para depressão

Não existe um único teste para diagnosticar depressão. Mas é comum que os sintomas, junto de uma avaliação psicológica, sejam usados para fazer o diagnóstico.

Em muitos casos, o profissional da saúde mental fará perguntas sobre:

  • Humor;
  • Apetite;
  • Rotina de sono;
  • Pensamentos;
  • O quão ativa a pessoa é.

Como a depressão pode ser ligada a outros problemas de saúde, seu médico pode realizar uma avaliação física e pedir um exame de sangue. Algumas vezes, problemas na tireoide ou deficiência de vitamina D podem causar sintomas de depressão.

Não ignore esses sintomas. Se seu humor não melhora (ou fica pior), procure ajuda médica. A depressão é uma doença séria com potencial para complicações.

Algumas dessas complicações incluem:

  • Perda ou ganho de peso;
  • Dor física;
  • Abuso de substâncias;
  • Ataques de pânico;
  • Problemas nos relacionamentos;
  • Afastamento das pessoas próximas;
  • Pensamentos suicidas;
  • Automutilação.

Tipos de depressão

A depressão pode ser dividida em categorias de acordo com a severidade dos sintomas. Algumas pessoas experimentam episódios moderados e temporários, enquanto outras sofrem com episódios depressivos intensos e constantes.

Existem dois tipos principais: transtorno Depressivo Maior e Transtorno Depressivo Persistente.

Transtorno Depressivo Maior (TDM)

O TDM é a forma mais severa de depressão. É caracterizado por um sentimentos de tristeza desesperança e inutilidade que não vão embora por conta própria.

Para que seja diagnosticado(a) com depressão clínica, você deve apresentar 5 ou mais dos seguintes sintomas em um período não inferior a duas semanas:

  • Sentir-se deprimido a maior parte do dia;
  • Perda de interesse nas atividades de sempre;
  • Perda ou ganho significativo de peso;
  • Pensamentos ou movimentos mais lentos;
  • Cansaço e pouca energia na maioria dos dias;
  • Sentimentos de inutilidade e culpa;
  • Perda de concentração ou indecisão;
  • Pensamentos recorrentes de morte ou suicídio.

Transtorno Depressivo Persistente (TDP)

O TDP costumava ser chamado de distimia. É uma forma de depressão mais leve, porém crônica.

Para que o diagnóstico seja confirmado, os sintomas devem persistir por pelo menos 2 anos. O TDP pode afetar mais sua vida que o TDM porque se estende por um período maior.

É comum que pessoas com TDP:

  • Percam interesse nas atividades normais do dia a dia;
  • Sintam desesperança;
  • Caiam em produtividade;
  • Tenham baixa autoestima.

São conhecidos, ainda, outros tipos de depressão, como:

  • Disfórica pré-menstrual;
  • Transtorno Depressivo Induzido por Substância/Medicamento;
  • Transtorno Disruptivo da Desregulação do Humor;
  • Depressão atípica;
  • Catatonia.

A depressão pode ser tratada com sucesso, mas é importante que você não saia do plano de tratamento.

Tratamento para depressão

Viver com depressão é difícil, mas o tratamento ajuda a melhorar sua qualidade de vida. Você pode lidar bem com seus sintomas com a ajuda de um tratamento, ou pode perceber que uma combinação de tratamentos funciona melhor.

É comum combinar tratamentos médicos com mudanças no estilo de vida, como:

Medicamentos

Seu médico pode receitar:

  • Antidepressivos;
  • Ansiolíticos;
  • Antipsicóticos.

Tenha em mente cada tipo de medicação contra depressão tem seus benefícios e potenciais riscos. Discuta as opções com um profissional especializado.

Psicoterapia

Falar com um terapeuta é uma oportunidade de desenvolver habilidades úteis para combater seus sintomas. Você também pode colher benefícios da terapia em grupo ou em família.

Fototerapia

A exposição a doses de luz branca pode ajudar a melhorar seu humor e reduzir os sintomas da depressão. A fototerapia é comumente usada para tratar o Transtorno Afetivo Sazonal. Também conhecido como Depressão de Inverno.

Terapias alternativas

Pergunte ao seu médico sobre acupuntura e meditação. Alguns suplementos naturais também podem ser úteis para atenuar os sintomas.

Lembre-se de não consumir nenhum produto sem antes conversar com seu médico. É possível que um suplemento reaja com uma medicação que você está tomando ou, até mesmo, aja no sentido contrario e agrave a depressão.

Exercícios

Busque fazer ao menos 30 minutos de atividade física de 3 a 5 dias por semana. Atividades físicas ajudam a aumentar seus níveis de endorfinas – hormônios que ajudam a melhorar o humor.

Evite álcool e drogas

Beber e usar drogas pode fazer você se sentir melhor por alguns instantes. No longo prazo, porém, o uso de drogas pode tornar os sintomas de depressão e ansiedade piores.

Aprenda a dizer não

Sentir-se sobrecarregado pode piorar os sintomas de depressão e ansiedade. Estabeleça limites na sua vida profissional e pessoal para evitar que isso ocorra.

Cuide-se

Você também pode diminuir os sintomas da depressão ao tomar cuidado de si mesmo. Isso inclui dormir o suficiente, se alimentar de maneira saudável, evitar pessoas negativas e participar de atividades prazerosas.

Algumas vezes a depressão não responde à medicação. Seu médico pode recomendar outros tratamentos caso seu quadro não evolua.

Prevenindo a depressão

A depressão não costuma ser considerada uma doença prevenível. É difícil reconhecer suas causas, o que torna a prevenção mais complicada.

Mas assim que você passa por um episódio depressivo, você pode estar melhor preparado para prevenir um episódio futuro, se souber quais tratamentos e mudanças no estilo de vida são úteis.

Estratégias úteis podem incluir:

  • Atividades físicas regulares;
  • Dormir o suficiente;
  • Seguir os tratamentos;
  • Reduzir o estresse;
  • Construir relacionamentos fortes com outras pessoas.

Depressão bipolar

A depressão bipolar acontece em certos tipos de transtorno bipolar, onde episódios depressivos podem acontecer.

Pessoas com transtorno bipolar podem sentir mudanças de humor significativas. Episódios de transtorno bipolar tipo 2, por exemplo, geralmente variam entre episódios maníacos, de alta energia, e episódios depressivos, de baixa energia.

Os sintomas variam de acordo com o tipo de transtorno bipolar: para o tipo 1 do transtorno, apenas episódios maníacos podem ocorrer.

Os sintomas de depressão em pessoas com transtorno bipolar podem incluir:

  • Perda de interesse ou satisfação em atividades prazerosas;
  • Sentimento de tristeza, ansiedade, preocupação e vazio;
  • Falta de energia ou dificuldade para concluir tarefas;
  • Dificuldade em se lembrar das coisas;
  • Dormir em excesso ou muito pouco;
  • Ganho ou perda de apetite que resulta em aumento ou redução de peso, respectivamente;
  • Contemplar a morte e suicídio.

Depressão e ansiedade

Depressão e ansiedade podem acometer uma pessoa ao mesmo tempo. Na verdade, uma pesquisa mostrou que mais de 70% das pessoas com transtornos depressivos também têm sintomas de ansiedade.

Embora acredita-se que sejam causados por coisas distintas, depressão e ansiedade podem produzir diversos sintomas parecidos, que podem incluir:

  • Irritabilidade;
  • Problemas de memória e concentração;
  • Problemas para dormir.

Os dois transtornos também compartilham alguns tratamentos:

Se você acredita que está sentindo sintomas de quaisquer dessas condições, ou de ambas, agende um atendimento com um profissional da saúde mental. Vocês poderão identificar sintomas coexistentes de ansiedade e depressão e trabalhar em formas de combatê-los.

Depressão e transtorno obsessivo-compulsivo

Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC) é um transtorno de ansiedade que causa pensamentos, medos e vontades repetidos – as obsessões.

Esses medos fazem você repetir as mesmas ações ou rituais (compulsões), na esperança de que isso alivie o estresse causado pelas obsessões.

Pessoas diagnosticadas com TOC frequentemente se veem em um ciclo de obsessões e compulsões. Se você tem esses comportamentos, você pode se sentir isolado por causa deles. Isso pode levar a um afastamento da família e amigos, o que aumenta as chances de depressão.

Não é incomum que alguém com TOC também sofra de depressão. Ter um transtorno de ansiedade aumenta as chances de que você tenha outro. Em torno de 80% das pessoas com TOC também têm depressão.

Esse diagnóstico duplo é uma preocupação com crianças também. Seus comportamentos compulsivos, que podem surgir muito cedo na vida, podem fazê-las se sentirem anormais. Isso pode levar a um afastamento dos amigos e aumentar as chances de a criança desenvolver depressão.

Depressão com psicose

Algumas pessoas diagnosticadas com transtorno depressivo maior também podem apresentar sintomas de um transtorno chamado psicose.

Quando as duas condições existem ao mesmo tempo, identifica-se o que é chamada de depressão psicótica.

A depressão psicótica faz a pessoa ver, ouvir, cheirar ou acreditar em coisas que não são reais. Pessoas com esse transtorno também podem sofrer com tristeza, desesperança e irritabilidade.

A combinação dessas duas condições é particularmente perigosa. Isso porque uma pessoa com depressão psicótica pode ter ilusões que a levam a ter pensamentos suicidas ou tomar riscos incomuns.

Não está claro o que causa essas duas doenças, ou porque elas acontecem juntas, mas o tratamento pode ser muito útil em aliviar os sintomas. Opções de tratamento incluem o uso de medicamentos e a terapia eletroconvulsiva.

Depressão na gravidez

A gravidez costuma ser um período emocionante para os envolvidos. Entretanto, não é incomum que uma mulher sofra de depressão durante a gravidez.

Os sintomas da depressão durante a gravidez incluem:

  • Mudanças no apetite e nos hábitos de alimentação;
  • Desesperança;
  • Ansiedade;
  • Perda de interesse nas atividades que você costumava gostar;
  • Tristeza persistente;
  • Problemas de concentração e memória;
  • Problemas de sono, principalmente insônia ou dormir em excesso;
  • Ideação de morte ou suicídio.

O tratamento para depressão durante a gravidez pode se concentrar inteiramente na terapia e outros tratamentos naturais.

Embora algumas mulheres usem antidepressivos durante a gravidez, ainda não está claro quais são os mais seguros. Seu médico pode encorajá-la a procurar alternativas aos remédios pelo menos até o parto.

Os riscos da depressão podem persistir até depois do nascimento do bebê. A depressão pós parto é uma grande preocupação para as novas mães.

Depressão e álcool

Algumas pesquisas identificaram uma conexão entre uso de álcool e depressão: pessoas com a doença têm uma chance maior de abusar da substância.

De acordo com um estudo de 2012, 63,8% das pessoas que sofrem de dependência de álcool também têm depressão.

Beber álcool frequentemente também pode piorar os sintomas da depressão, e pessoas depressivas, por sua vez, têm uma tendência maior de exagerar na bebida.

Conclusão

A depressão pode ser temporária, ou pode ser um desafio a longo prazo. O tratamento nem sempre faz sua depressão desaparecer completamente.

Entretanto, o tratamento tem um potencial muito grande de atenuar os sintomas. Alcançar isso envolve encontrar a combinação certa de medicamentos e terapias.

Se um tratamento não funcionar, fale com seu médico, ele pode ajudá-lo a encontrar um plano de tratamento diferente que pode funcionar melhor para o seu caso.

João Vitor Gomes dos Santos
João Vitor Gomes dos Santos

Engenheiro Mecânico, através da convivência na universidade se conscientizou da importância do bem-estar mental. Para promover e acessibilizar os cuidados com a mente, cofundou a PsyMeet. Convencido da importância da saúde mental para uma vida feliz, está sempre lendo, assistindo e ouvindo sobre o tema. Instagram @dosantosjv

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