As emoções são universais?
Saiba como diferenças culturais impactam nas emoções que sentimos e na forma como as expressamos.
21.03.2022 | João Vitor Santos
As emoções desempenham um papel importante em nossas vidas diárias. Todos os dias passamos uma quantidade enorme de tempo testemunhando as emoções dos outros, interpretando o que esses sinais podem significar e determinando como responder e lidar com nossas próprias experiências emocionais complexas.
A psicologia das emoções
As emoções também são um tópico importante na Psicologia, e os pesquisadores dedicam muita energia para entender o propósito das emoções e desenvolver teorias sobre como e porquê as emoções ocorrem. Os pesquisadores também aprenderam muito sobre a forma como as emoções são expressas.
As emoções podem ser expressas verbalmente (através de palavras e tom de voz) ou por meio de comunicação não verbal, incluindo o uso de linguagem corporal ou expressões faciais.
A linguagem corporal, como uma postura desleixada ou braços cruzados, pode ser usada para enviar diferentes sinais emocionais. Uma das maneiras mais importantes de expressar emoções, no entanto, é através de expressões faciais.
As emoções são universais?
Você provavelmente já ouviu que os sinais e gestos da linguagem corporal às vezes têm significados diferentes em diferentes culturas, mas a mesma ideia se aplica às expressões faciais também? As pessoas em outros países e culturas expressam emoções da mesma maneira?
Em seu livro de 1872, A Expressão das Emoções no Homem e nos Animais, o famoso naturalista Charles Darwin argumentou que as expressões humanas de emoção eram inatas e universais em todas as culturas.
O pesquisador e especialista em emoções Paul Ekman descobriu que, na maioria das vezes, as expressões faciais usadas para transmitir emoções básicas tendem a ser as mesmas em todas as culturas.
Embora ele tenha descoberto que o rosto humano é capaz de criar uma variedade surpreendente de expressões, elas tendem a se enquadrar em seis emoções básicas principais:
- Felicidade;
- Surpresa;
- Tristeza;
- Raiva;
- Nojo;
- Medo.
Pesquisadores mostraram fotografias de pessoas expressando essas emoções para indivíduos de diferentes culturas, e pessoas de todo o mundo conseguiram identificar as emoções básicas por trás dessas expressões.
Ekman acredita que não apenas essas emoções básicas são provavelmente inatas, mas também provavelmente estão conectadas ao cérebro.
Variações culturais
No entanto, existem diferenças culturais importantes na forma como expressamos emoções. Regras de exibição são as diferenças em como controlamos nossas expressões faciais de acordo com as expectativas sociais e culturais.
Em um experimento clássico, os pesquisadores observaram secretamente participantes japoneses e americanos enquanto viam imagens e vídeos horríveis de coisas como amputações e cirurgias.
Quando um cientista estava presente na sala enquanto os participantes assistiam a essas cenas, os participantes japoneses eram mais propensos a mascarar seus sentimentos com sorrisos. Por que a presença do cientista mudaria a forma como esses espectadores responderam?
Na cultura japonesa, normalmente é menos aceitável exibir emoções negativas fortes na frente dos outros do que na cultura americana. Ao mascarar suas expressões, os espectadores japoneses estavam aderindo às regras de exibição de sua cultura.
A capacidade de expressar e interpretar emoções desempenha um papel essencial em nossas vidas diárias.
Embora muitas expressões de emoção sejam inatas e provavelmente programadas no cérebro, existem muitos outros fatores que influenciam a forma como revelamos nossos sentimentos internos. Pressões sociais, influências culturais e experiências passadas podem ajudar a moldar a expressão da emoção.