O peso do medo
O medo faz parte das emoções básicas, mas, mesmo sendo uma emoção básica, muitos indivíduos não sabem lidar com seus medos.
06.06.2022 | Mateus Xavier
Por: Mateus Ferreira Xavier e Sarah Mousinho
Sentir medo é algo que todos os seres humanos vivenciam. Assim como a tristeza e a alegria, o medo é uma das emoções básicas, inatas, ou seja, já nascemos com ela. Por isso é importante entender as formas de manifestação do medo, pois, as pessoas no geral não aprendem sobre suas próprias emoções, e a falta de habilidades emocionais pode gerar sofrimentos, a depender da intensidade das emoções. Assim como as outras emoções, a manifestação do medo pode provocar repercussões nas tarefas cotidianas e consequentemente na vida.
Como o medo se manifesta?
Segundo Arruda (2014), o medo é uma emoção básica, que se expressa através da ansiedade, da apreensão, do nervosismo, do pavor, da preocupação, do perigo, e esta emoção pode ser extremamente breve, mas, também, pode durar um longo período de tempo. Segundo Magalhães (2007), a intensidade do medo depende da ameaça, ou seja, da avaliação que o indivíduo faz relativamente ao fato desta ameaça ser imediata ou estar pendente.
O peso do medo
Segundo Arruda (2014), ao não saber lidar com o medo, o indivíduo pode vivenciar um considerável nível de perturbações emocionais que estão ligadas a ele, como por exemplo, consequências individuais, cognitivas e sociais, das quais as fobias são, provavelmente, o melhor exemplo, pois caracterizam-se por um medo de situações ou de relações interpessoais como o medo da morte, medo de doenças, medo de sangue, de animais etc.
O medo acaba por afetar a vida de formas diversas, que, ao invés de ajudar o individuo a se mobilizar para lhe dar com a situação adversa, o paralisa, o que amplia a sensação de sofrimento gerada pelo medo. É importante elaborar os medos, as situações que o provocam e as ferramentas que se tem a disposição para enfrenta-lo de forma adaptativa. Haverá momentos em que os medos serão irrelevantes, e mesmo assim gerem grande sofrimento, mas poderão surgir situações em que o medo é legitimo, e as ferramentas disponíveis serem escassas, e nesses casos, ainda sim, é importante externalizar o medo.
Por isso é importante elaborar o medo, para saber o que fazer com ele. Segundo Barreto e Silva (2010), o ser humano é capaz de dar simbologia aos fatos, o indivíduo constrói ideias e é capaz de se comunicar através da simbologia dessas ideias. E esta capacidade de simbologia está diretamente ligada às emoções. A gente pode compreender as emoções como um movimento de dentro para fora. Um modo de se comunicar com as nossas necessidades internas, por isso é importante elaborar as emoções, inclusive os medos.
Se possível, não deixe de procurar a psicoterapia. A psicoterapia é uma fonte de estímulo contínuo para ajudar o paciente a enxergar e entender melhor suas emoções, e formas de ser no mundo. Clique nos links para falar com os psicólogos Mateus ou Sarah.
REFERÊNCIAS:
ARRUDA, Marlene de Jesus Ferreira Carvalho. O ABC DAS EMOÇÕES BÁSICAS. 2º Ciclo de Estudos em Psicologia da Educação Ramo especialidade em Contextos Comunitários. Ponta Delgada, 2014.
BARRETO, SILVA. Sistema límbico e as emoções – uma revisão anatômica. Rev Neurocienc 2010;18(3):386-394.
MAGALHÃES, A. A Psicologia das emoções: o Fascínio do Rosto Humano. Porto: Edições Universidade Fernando Pessoa. 2007