Saúde Mental | Autocuidado

A importância da música para a saúde mental

Você sabia que as músicas que escuta podem melhorar seu humor e concentração, entre outas coisas? Confira agora todos os benefícios da música para sua mente!

A Importância da Música Para a Saúde Mental

Pode se dizer que a música, como mídia de entretenimento, é muito bem aceita. Talvez a mais bem aceita delas, inclusive.

É possível encontrar pessoas que não gostam de ler livros, que não assistem televisão ou veem muitos filmes, que não tenham o menor interesse em video games e por aí vai. Mas quanto a música, dentre os incontáveis gêneros e estilos que existem, é muito difícil encontrar alguém que não se interesse por ouvir algum deles.

Uma vantagem da mídia em áudio é que ela pode ser consumida em paralelo com a realização de outras atividades. Quando se lê um livro, por exemplo, dificilmente é possível se concentrar em outra atividade. O mesmo vale para filmes e jogos. No caso das mídias em áudio, como podcasts, audiolivros e a própria música, essa limitação não existe. Por isso, é possível passar longas horas ouvindo sem interromper as atividades do dia.

Porém, os benefícios de ouvir uma canção não param por aí. Pesquisadores de uma universidade australiana descobriram que ouvir música é recomendável por motivos que vão bem além de combater o tédio.

Veja aqui alguns deles.

Ajuda a conter doenças neurodegenerativas

Um estudo da Universidade da Califórnia concluiu que ouvir certos estilos de música, como jazz e música clássica, mitiga os sintomas do Mal de Alzheimer e do mal de Parkinson.

A explicação é que ouvir música - ao contrário de uma fala normal, por exemplo - ativa múltiplas regiões do cérebro, o que combate os sinais da doença, pelo menos temporariamente.

Nesse sentido, continuar tocando instrumentos, ou até mesmo aprender a fazer isso, também ajuda a conter o avanço da doença.

Facilita o aprendizado

Chris Brewer, autora do livro “Trilhas sonoras para o aprendizado” [em tradução livre], diz que os sons têm uma capacidade maior de reter nossa atenção, além de serem mais facilmente associáveis a imagens.

E esse benefício não se aplica somente às crianças: pessoas de todas as idades podem ter a experiência de aprendizado melhorada pelo uso da música.

Para Brewer, existem algumas dicas para quem deseja fazer uso dessa possibilidade:

  • Adaptar a letra de uma música: Encaixar informações importantes no ritmo de uma música que você conhece é uma ótima forma de memorizar esse conhecimento;
  • Usar sons mais meditativos ao receber informação: Músicas mais serenas ajudam a criar uma “atmosfera” de aprendizado. O ambiente sonoro criado por um som desse tipo ajuda a realçar as informações recebidas, aumentando sua capacidade de absorver essas informações.

Ajuda contra a ansiedade e depressão

Embora a ciência não tenha desvendado completamente como a música ajuda a combater a ansiedade e sentimentos depressivos, o fato é que ela já está sendo usada no tratamento para esses transtornos.

Como evidência dessa afirmação, um estudo do Dr. David Lewis-Hodgson, do grupo britânico indlab International, revelou que a música pode reduzir o sentimento de ansiedade em até 65%.

Para que esse benefício seja observado, porém, é necessário que a música seja compatível com o efeito desejado.

No caso de sintomas de depressão, por exemplo, recomenda-se ouvir músicas com um tom mais positivo e animador.

Já no caso da ansiedade, sons ambientes e música clássica são duas das opções mais adequadas.

A interação também pode ser mais profunda do que apenas ouvir a canção: cantar e dançar também são ótimas formas de exercitar corpo além de estimular o cérebro com sentimentos e sensações positivas.

Melhora o foco

Para muitas atividades, como trabalhar e estudar, manter-se concentrado pode ser um desafio para muitas pessoas.

Nesse sentido, colocar uma música ao fundo também pode ajudar a manter o foco. A canção ajuda a isolar a pessoa de algumas das possíveis fontes de distração, além de melhorar a capacidade do cérebro de processar informação, no caso de ritmos mais lentos.

Novamente, a recomendação é a música clássica e os sons ambientes.

Outra opção bastante sólida são as trilhas sonoras: seja de filmes, séries ou jogos, os instrumentais podem facilitar a realização das suas atividades.

Reduz o estresse

Cada pessoa possui métodos próprios de descansar a mente depois de um longo dia ou de um momento particularmente tenso.

Se você precisa de dicas para relaxar, ouvir música é uma solução extremamente acessível e efetiva.

Um estudo de 2013 confirmou que frente a uma situação estressante, pessoas que ouvem certos estilos de música apresentam uma recuperação mais rápida do evento causador de estresse.

As recomendações aqui seguem a linha das últimas dicas: sons relaxantes e música clássica funcionam melhor para reduzir a tensão.

Ajuda a evitar excessos na alimentação

Isso mesmo. Se você deseja perder peso, ouvir a música certa nos momentos certos pode lhe ajudar.

A iluminação e a música tocada em um ambiente influenciam a quantidade de calorias consumidas segundo um estudo. A pesquisa aponta que a redução chegou a 18% em locais com música suave e iluminação de baixa intensidade.

A explicação passa pelo fato de que um ambiente com atmosfera mais tranquila promove o relaxamento e conforto dos usuários.

Estando mais relaxados, os consumidores acabam comendo mais devagar e, por consequência, acabam percebendo com mais facilidade quando comeram o suficiente.

Dessa forma, reduzir o estresse e se alimentar sem pressa são boas orientações para quem deseja pegar mais leve nas refeições, e a música pode ser muito útil nisso.

Contribui para o desempenho em atividades físicas

A capacidade da música de reter a atenção do ouvinte é um fator muito importante nesse caso.

Graças a isso, a pessoa pode realizar um esforço maior sem realmente se dar conta.

Nesse caso, o ritmo também faz muita diferença: músicas agitadas e com o ritmo mais acelerado são as recomendáveis.

Faz bem para a saúde emocional

Como exploramos na segunda dica, existe uma relação entre música e capacidade de reter conhecimento. Mas a relação entre música e memória ainda possui outra dimensão.

Certas canções fazem bem para o emocional, isso porque as associamos a momentos felizes de nosso passado. Dessa forma, ouvir músicas assim é uma forma de acessar memórias agradáveis e experimentar um sentimento positivo.

Além disso, alguns estudos apontam que a música pode afetar positivamente os níveis de dopamina e ocitocina – dois dos chamados “hormônios da felicidade” - no nosso corpo

A influência da música no nosso bem-estar é tamanha que existe um método de terapia totalmente desenvolvido em torno dela – a musicoterapia.

Uma das dicas mais valiosas da musicoterapia é a “audição ativa”. Um método bastante usado para induzir uma sensação de harmonia e paz.

Essa é uma atividade onde a música é o foco principal, não somente um som de fundo. Nesse caso, toda a concentração recai sobre o som produzido e suas nuances.

Além disso, os efeitos da música sobre o corpo devem ser observados: redução nos batimentos cardíacos e estabilização da respiração são alguns exemplos.

João Vitor Gomes dos Santos
João Vitor Gomes dos Santos

Engenheiro Mecânico, através da convivência na universidade se conscientizou da importância do bem-estar mental. Para promover e acessibilizar os cuidados com a mente, cofundou a PsyMeet. Convencido da importância da saúde mental para uma vida feliz, está sempre lendo, assistindo e ouvindo sobre o tema. Instagram @dosantosjv

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